Uma Nova Vida (imunda) - RUTH LANGAN do meu pé!

Quando Bullying nasceu em 1857, provavelmente à conjunção astral e as posições dos astros não estavam favoráveis muito menos a favor dessa pobre alma sofrida. Por ter nascido com uma deficiência física, logo de cara seus pais Lazarentos a entregaram a um orfanato despachando a pobre como se fosse uma encomenda danificada, estragada e Phodida.

Se hoje em pleno século XXI ser um deficiente físico já é a maior dificuldade devido à falta de acesso e a ignorância de muitos, imagine estar em tal situação em 1800 e bolinhas onde o Bullying não só era permitido como em alguns casos ainda tinha muito incentivo!

Desde pequena ela é apontada e ridicularizada na rua devido a sua deficiência sendo motivo de chacota para todo esse povo insensível, o Bullying é tão descarado que muitas vezes ela sofreu abuso físico como se a deficiência fosse sua inteira responsabilidade e imensa culpa, mas os Lazarentos se esquecem que a alma deles é que é carcomida e corrompida.  

Vinte e três anos de muito sofrimento, labuta, descriminações e imensas e incomensuráveis humilhações, fizeram com que ninguém jamais realmente olhasse para Bullying, tornando-a uma criatura solitária esquecida, jogada num canto sofrida.

Desde sempre ela teve que trabalhar para o próprio sustento, com isso ela se torna uma boa arrumadeira além de uma cozinheira de mão cheia, ela trabalha em uma hospedam lavando, passando e fazendo uma excelente  e deliciosa comida.

Já cansada de sempre ser motivo de Bullying ela tenta achar alguma saída nessa pequena e Lazarenta província. A única chance que tem de ser feliz é tendo o seu próprio lar com um bondoso marido quiçá alguns filhos. Apesar do sonho ela pensa...

—Mais quem gostaria de ter um Bullying e ainda por cima defeituoso entre os braços? Ela se questiona dia-a-dia!

Já desanimada dessa vida trabalhosa, ocupada, judiada e tão vazia, ela vê sua salvação quando na igreja da cidade chega uma cartinha dos confins do Oeste onde um tal de Imundo Sugismundo afirma querer ansiosamente uma esposa e, mais desesperadamente ainda, uma mãe para cuidar da sua prole de filhos.

Já cansada de tanto Bullying, na hora ela se propõe a fazer a tal viagem mesmo não sabendo mais nada desse sujeito de nome tão esquisito, mas lembrando que pior do que está não pode ficar ela vende todas as suas quinquilharias e junto com as suas economias vai rumo aos confins do Oeste conhecer Imundo um sujeito de sobrenome Sugismundo!

Depois de viajar léguas e léguas por dias e dias num sacolejo insuportável e constante numa carroça caindo aos pedaços, finalmente ela chega na fazenda e leva o maior susto ao ver que se meteu em Chiqueiro’s Ville, pois essa é a fétida e encardida propriedade de Imundo Sugismundo.

Imundo logo de cara faz Bullying e destrata a pobre coitada, pois Sugismundo diz não precisar de uma esposa muito menos uma Amélia para cuidar de casa e dos seus encardidinhos filhinhos. Afirma ainda que apesar de morar em Chiqueiro’s City ninguém aqui precisa de limpeza muito menos de varrição para manter essa pocilga retinindo na sua organização.

Ela se assusta com as condições sub-humanas em que vivem Imundo e seus Sugismundo filhos... Cascão é o mais velho com quatorze anos, depois vem Sujinho de 12, Porquinho ops Porquinha de 9 e Encardidinho de 6 (é tanta imundice e tantos os filhos que talvez alguma sujeira tenha causado um desvio padrão com relação a idade precisa da filharada).

A parada é tão sinistra que fariam um Espadão Cascudo se ruborizar e se humilhar diante de um ambiente tão Imundo quanto Sugismundo. Para se ter uma idéia dessa parada pra lá de sinistra, as primas ops as galinhas são guardadas dentro de casa fazendo o galinheiro dentro da própria cozinha, além de terem de repartir o espaço com os inúmeros cachorros tão cheios de carniça.

O fedor da casa é tanto que dá para ser sentidos a léguas e léguas de distância, uma zona é mais organizada do que esse Imundo e Sugismundo lugar. Por ai dá para se imaginar a quantidade de titica que tem nesse pardieiro Imundo um verdadeiro Chiqueiro Sugismundo.

Confesso que nessa altura do campeonato os pêlos do nariz da Adriana se queimaram tal à dosagem tóxica, asquerosa e maldita do ar putrefato cheirado pela Boattini!.

Eles voltam do trabalho Imundo, fedendo a esterco e pretos que nem carvão de tão encardido e Sugismundo. Ao vê-los com aparência de mendigos e com um cheiro insuportável de chiqueiro adentrar tão sequiosos a distinta casinha, ela imagina que eles tão Imundos vão pelo menos passar uma água nas mãos quiçá tomar um bainho.

Ledo engano, Sugismundo eles caem matando em cima da comida, disputando inclusive a mesma ferozmente entre eles e os cachorros carniça. Não pensem vocês que os menores tem privilégios devido a sua condição de criancinha... Nananinanão eles desde cedo tem que aprender a disputar em meio a essa matilha. Tardiamente Bullying descobre que eles atendem pelo codinome de Neanderthal!

As crianças praticamente se alimentam de sopa de pedra, pão de cimento e comida feito de lixo. Sinceramente é a Eca das Ecas das estorinhas di Papel mais asquerosas e imundas que eu já li, chego a conclusão que um Espadão, apesar de cascudo e encardido, tem o ponto G mais asseado e limpinho!

Mesmo assim Bullying não desiste e acha ser essa a salvação de sua Lazareeenta vida, por aí dá para se ter uma noção da parada sinistra e vazia que rondavam o coraçãozinho de nossa Pollyanna do Oeste, que num verdadeiro jogo do contente pensa em fazer de Chiqueiro’s Ville o paraíso do TOC esterilizado, bem como transformar Imundo Sugismundo num Hominho di Papel clean e arrumadinho, bem como deixar retinindo de tão limpinho os seus queridos e sujinhos filhinhos.

Em muitos momentos a Adriana sentiu o estômago embrulhar cheio de ânsias, a Boattini jura de pés juntos que chegou a sentir no ar o cheiro fétido de tanta titica e imundice!

Sabendo que essa é a única chance em sua Desgracenta vida, ela luta com unhas e dentes juntando todas as forças para tornar esse Chiqueiro num lugar agradável, habitável e limpo, mas com medo do Bullying ela consegue ocultar dele a sua condição física com medo de ser mandada de volta para casa de maneira sumária e exígua.

É de cortar o coração o empenho com que Bullying se dedica com tanto afinco a tornar esse pardieiro Imundo num lar habitável, perfumado e limpo, não mais uma pocilga de tão Sugismundo.

Sua existência foi tão estéril e vazia que ela não sabe como abraçar muito menos beijar, pois nunca, NUNCA ninguém fez um carinho sequer em sua Lazareeenta vida! É de cortar o coração imaginar que alguém possa ter vivido com uma vida tão isenta de sentimentos, emoções ou carinho.

Para a Adriana o hominho di Papel desse livrinho não é o Imundo e muitas vezes irascível Sugismundo, para mim quem é realmente uma graça na conduta e é “O” cara do livrinho é Cascão. Ele tenta de todo jeito atenuar a carga do pai e o sofrimento dos irmãozinhos, se esquecendo muitas vezes que ele é apenas um menininho. Confesso que a  Boattini  se apaixonou definitivamente por tão terno e carinhoso garotinho.

Bullying, achando que não esta conseguindo fazer um bom trabalho para tornar em um lar essa Imunda casa com um ambiente tão nojento, asqueroso e Sugismundo questiona o seu sucesso dia-a-dia, mais uma das crianças que é uma gracinha diz a ela...

—Onde é que você aprendeu, apesar de todo o Bullying sofrido, a se tornar uma mãe tão boa, maravilhosa, atenciosa e querida?

A Adriana ficou condoída com essa estorinha encardida mais que no fim ficou tão limpinha. Obrigada Mermã Tininha por ter apresentado esse ambiente tão Imundo e colocado esse Bullying Sugismundo e sofrido na vida da abismada e esterilizada Boattini!