SONHE (comigo) - JACI BURTON Queuuu Pariuuu!

 

Após 20 anos de casada levando uma vida feliz, apesar dos percalços sofridos pelo caminho comum a qualquer casal. Deprimida e Sumido construíram uma bem sucedida e lucrativa empresa familiar, além de terem dois adolescentes bonitos, inteligentes, carinhos e muito queridos.

Ela dedica sua vida, suas energias e todo o seu tempo livre a ele, sua dedicação é total, integral e irrestrita a sua adorada família, o que faz com que ela acabe deixando de lado uma de suas maiores paixões que é ser autora de Best Sellers, iguais aqueles livrinhos que adoramos mais que às vezes causam tantas brigas.

Um belo dia, Deprimida percebe que seu marido desapareceu como poeira de estrela e está completamente Sumido. Após constatar o abandono se sente sozinha, largada, esquecida e muito, muito sofrida. Sem norte muito menos eira para se amparar ou uma beira em que possa se encostar, ela lambe as feridas e chora por sua dolorida e saudosa partida.  


Sumido está tão enraizado em sua vida que faz com que a tristeza no seu coração seja tanta que nem sobra espaço no seu cuore para os seus sonhos, restando apenas a dura realidade Deprimida que se tornou a sua Lazarenta vida e cabisbaixa percebe que não sabe mais caminhar sem seu querido e velho ombro amigo.

Ele foi seu primeiro amor na adolescência e seu único namorado além do grande amor da sua vida, o qual ela ansiava que mesmo quando estivessem gagás limpariam a baba um do outro. Tinha a esperança que um seria a âncora do outro nos momentos de Alzheimer ou o suporte nas intermináveis tremedeiras do Parkinson. Tristemente percebe que agora vai ter que fazer tudo isso... Sozinha!

Há cinco anos Deprimida está nessa difícil tarefa de recomeçar e reconstruir uma nova vida catando e juntando os caquinhos que restaram, cheia de autocomiseração ainda não sabe que rumo dar nem muito menos o que fazer para dar o prumo necessário para que consiga seguir em frente de cabeça erguida, dando um norte ao que restou da sua vida.

Seus filhos, ao verem a mãe há tanto tempo sem chão em estado tão deplorável praticamente comendo o pão que o diabo amassou, imploram para que ela siga em frente com sua vida afogando de vez as amarguras reconstruindo sua vida. Tristemente ela informa aos filhos que tenta mais não está conseguindo sair dessa imensa fossa Deprimida. Conformada sabe que a partir de agora essa será a sua dura e árdua rotina.

Mesmo assim ela tenta... tenta... TENTA lutar contra essa maré Deprimida, mas não consegue achar as forças necessárias para seguir adiante, nem sabe como lidar com a solidão de sua alma sofrida ou mesmo como lidar com os anseios do seu coração partido, que em frangalhos faz com que ela não tenha animo pra mais NADA nessa vida.

Ela já desistiu a muito de voltar a ter uma vida normal e nem seus filhos, agora adultos, conseguem fazer com que ela encontre um porto seguro nessa sua pirada e Deprimida existência vazia. Todas as noites ela indaga para as estrelas perguntando aos Deuses di Papel o porquê dele ter sumariamente Sumido!

Confesso Adriana que nessa altura do campeonato a Boattini está lacrimosa, triste e muito, muito, muuuito Deprimida!

Eis que na calada da noite, sem saber se é sonho ou realidade, ele reaparece cabisbaixo e sentido, dizendo que não teve opção pois sua partida foi necessária para lhe abrir os olhos, antes que ele acabasse com o bom andamento da sua família, mas sem lhe dar maiores explicações.

Diz que apesar de Sumido, não se conformava com a sua situação tão Deprimida e sofrida, afirma que não consegue mais se manter afastado vivendo longe dela e, se caso ela vier a perdoá-lo, eles poderão recomeçar e voltar a ser feliz. Na tentativa de convencê-la ele diz...

— Amor da minha vida... Não podemos voltar a trás e fazer um novo começo, muito menos ficar estagnado nesse mar Deprimido sem fim, mas podemos começar agora e fazer um novo fim voltando a ser feliz!

Ela titubeia, mas depois de tanto sofrimento começa a acreditar que morreu e foi para céu e está nos braços de algum Deus di Papel. Seu sexto sentido fica latente ao ter novamente entre os braços o pungente hominho di Papel da sua vida!

Deprimida repara que enquanto ela engordou cinco quilos e está muito caída, para coroar toda essa desgraça ainda tem dois dedos de raízes brancas nas madeixas rebeldes e indomadas e totalmente engorduradas!

Ele, em compensação, não engordou uma grama sequer e não tem um fio de cabelo fora do lugar. Todo o seu sex appeal ainda está latente e seu desejo, apesar do estado desprezado e calamitoso em que ela se encontra, parece que ainda sente um desejo pungente por tê-la.

Vendo o seu estado calamitoso e o quanto ela está Deprimida e caída, Sumido tenta recuperar o tempo perdido e usa seu maravilhoso sexto sentido ao leva-la para dar um tapa no visual, na tentativa de tirá-la dessa vida Deprimida.

No cabelereiro espera pacientemente durante horas que ela faça barba, cabelo, bigode e depilação, além de aguardar placidamente enquanto ela dá uma ajeitada na funilaria e primorosos retoques na pintura. Para combinar com todo esse esmero é necessário que ela também compre roupas para combinar com todo esse requinte.

Numa das cenas mais surpreendentes e inusitadas, ele não só a ajuda a experimentar as roupas como ainda, dentro do provador, faz uma saborosa prospecção inenarrável e Mama Mia na sua Caverna, tornando imemorável as lembranças que serão guardadas pelo seu Dragão! Confesso Adriana que diante de tal cena a Boattini ovulou ensandecida!

A partir de então, cheio de sexto sentido, eles matam as saudades com tanta intensidade que agora ela nem lembra mais que ele estava Sumido muito menos da razão do seu derradeiro sumiço, nem mesmo recorda o buraco sem fim em que estava ou mesmo que estava Deprimida!

Essa estorinha é bem fininha e conta apenas com 54 páginas, mas isso não impede a Adriana de considerar esse um dos livrinhos mais surpreendentes que a Boattini já leu em sua vida! Há muito tempo não leio algo tão inusitado, diferente cujo enredo fosse tão tocante e envolvente sendo ao mesmo tempo tão deprimente!

Quando a Adriana se pois a par de todo o bagado e da parada insana e sinistra, confesso que seu sexto sentido ficou a flor da pele. Foi realmente impossível reprimir e muito difícil de conter as comportas dos sentimentos que inundaram o cuore da Boattini, que chorando copiosamente não consegue mais manter guardadas as emoções que trasbordaram na imensidão do mar sem fim dos seus sentimentos Deprimidos!

O primeiro pensamento latente ao terminar esse livrinho, foi o desejo pungente de que a Adriana tinha que reler essa estorinha para perceber em que parte o sexto sentido da Boattini falhou, fazendo com que os detalhes insanos passassem despercebidos. É um dos finais mais surpreendentes só antes visto em filmes!

É com lágrimas nos olhos que a Adriana, chorosa e condoída com a força desse lindo amor que conseguiu ultrapassar fronteiras tão cheias de sexto sentido, se despede já saudosa desse livrinho! Não sei, sinceramente, se a Boattini gostaria de algum dia fazer parte de uma fita tão sofrida e Deprimida! 

By the way... Outro dia apenas ao recontar todo o imbróglio Sumido dessa estorinha tão sofrida e Deprimida a Vander minha amiga Lia di Verdade, só de lembrar de toda essa existência sofrida, lágrimas vieram aos olhos da Adriana deixando vir à tona uma saudosa e sensível Boattini!