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sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Shay Que Decepção Savage - Luffs


Pra mim, Transcendence da Shay Savage, é um dos livrinhos mais bonitinhos e surpreendentes dos últimos tempos. Esse tem a pretensão de relatar a mesma estórinhs, porém promete mostrar a perspectiva e o ponto de vista de Gaia, uma moglie do século XXI que sem querer é sem saber como faz uma viagem no tempo e vai parar nos confins da Idade da Pedra.



Ela cai nos braços solitários de Tchaka, um carinhoso Hominho das cavernas, desde o início eles enfrentam um grande problema de comunicação: ela uma faladora contumaz, ele tem afasia e não consegue verbalizar seus pensamentos, pois seu cérebro ainda não tem o desenvolvimento para que ele tenha a habilidade neurológica necessária para a eloquência das palavras. Afinal Tchaka é um Homem de Neanthertal.

Tchaka se expressa através de rosnados, grunhidos, gestos e mímicas. Ele não entende patavina do que Gaia fala e, como não está acostumado a conversar, todo o falatório e barburinho dela o faz ter terríveis dores de cabeça. Mesmo assim ele está feliz, afinal suas preces foram ouvidas e ela veio para tirá-lo dessa desgastante e solitária vida lascada. 

O primeiro livro é narrado sob a perspectiva desse adorável hominho das cavernas. Muita coisa ficou na dedução, uma vez que ele não vê lógica ou compreende  muitas das aitudes dela, o que nos fez por tabela, seguir no mesmo caminho da ignorância desse buraco negro. 

Durante toda essa admirável leitura, eu rogava aos deuses di papel pra alumiar a Shay pra ela reescrever um livro gêmeo sob a perspectiva de Gaya, pra que a gente pudesse sanar todas as dúvidas e saborear com deleite toda essa love story pré-histórica.

Quando vi que ela escreveu Luffs...

Agradeci aos Deuses di Papel por Savage ter atendido as minhas preces. Por estar tão apaixonada por seu adorável primogênito, confesso que fiquei com medo de me decepcionar. Me aterrorizou a ideia de que ela pudesse apunhalar o mio cuore, destruíndo o meu fantástico mundo Neanderthal de Bob. 

Já li outras estórias dobradinhas que foram escritas pra mostrar a perspectiva dos  dois protagonistas. Se você abrir os livros simultaneamente, ambas as tramas serão idênticas, porém um terá a perspectiva da moglie e a outra do Men. Todas as situações que acontecem num também ocorrem no outro.

Pensando que assim seria, pois estava ávida para saber todos os detalhes sórdidos da convivência e do amor de Gaia & Tchaka, bem como a dinâmica das DR's e do dois-pra-cá dois-pra-lá da dança do crioulo doido... Cai de boca a espera de saborear esse inesquecível deleite! 

Ledo engano. Logo de cara vi que o baguio era doido e não era o que eu esperava. Os imbróglios não seguem a sequência cronológica, pois Shay pulou eventos e suprimiu informações que eu estava Savage e ansiosa para saber. 

Confesso que fiquei muito mais muito decepcionada, pois ela adentra a estória a galope, numa omissão de informações que me levou ao desespero. "Cavalquei" agarrada com unhas e dentes na esperança de que o baguio iria desenrolar com as minúcias dos detalhes sórdidos. Ela deu alguns esclarecimentos, mas queria muito saber os pensamentos e angústias que nortearam o cuore de Gaia durante toda essa saga. Infelizmente ela não foi fiel a Transcendence.

Esperava mais muito mais, pelo menos que fosse fiel a trama. Como? Como? Como assim? Não era esse o objetivo dessa bagaça Caraaaglio?!?

Nós outros livros a estória não era tão envolvente e não me interessava o outro ponto de vista. Chegava a ser chato, pois os autores repetem linha a linha o mesmo enredo. Nesse caso eu estava ansiosa para que isso acontecesse. 

Estava doida pra saber como Gaia conseguiu sobreviver a essa mudança tão drástica, ainda mais porque ela nunca teve com quem conversar, teve que esperar anos até seus filhos nasceram, até lá literalmente ela falava com as paredes lascadas. Como ela conseguiu sobreviver psicologicamente a tanta angústia? Nem Freud, que ainda nem era um arremedo de bactéria, explica! 

Quando a gente sai de férias e vai para um lugar que não tem sinal de celular e ficamos sem comunicação e sem Internet, a gente pira cheio de angústia e não vê a hora de ir embora. Agora imagina uma adolescente que vai parar num lugar onde o fogo é um fenômeno ainda desconhecido e a roda ainda nem foi inventada? 

Literalmente ela foi parar na época da pedra lascada, mas por ter encontrado o seu casal sagrado do Caraaaglio, a sua alma gêmea, aquela do felizes para sempre e mais um dia até que a morte os separe forever and ever, opta por ficar com seu grande amor, mesmo tendo que ficar nessa mazela encardida sem um kit cascudo: barra de sabão, álcool gel, escova de dente, toalha, pente quiçá um absorvente pra atenuar tanta imundice. Haja Sazon. É muito amor! 

Terrminei a leitura com um gosto amargo de fel, até agora sinto o sabor de cabo de guarda-chuva na boca. Tenho a impressão de que muita gente pediu a versão da Gaia e ela o fez, porém de uma maneira bem Xing-Ling pro povo parar de encher o saco dela! Queria muito ver suas angústias e as tomadas de decisão que ela teve que tomar nesse Elo Perdido. Ohhh desgraça da moléstia!

O cuore da Adriana sangra decepcionado. Ohhh mina filadaputa, enganadora e larápia dos mios sonhos do Caraaaglio. Vai chorar na cama que é lugar quente Boattini! 

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